ARARIPINA – De aterro sanitário à lixão – O retrato do descaso com o dinheiro público

Município sofre percas históricas com a falta de gestão no tratamento do lixo e resíduos sólidos

Araripina sofre percas históricas com a falta de gestão no tratamento do lixo e resíduos sólidos

O município de Araripina, localizado no sertão do estado de Pernambuco, possui dados extremamente alarmantes quando o assunto é o trato com a coisa pública.

De aterro sanitário, com geração de renda para diversas famílias de recicladores, e enquadramento a legislação ambiental, Araripina é rebaixada a categoria de lixão que causa poluição, doenças as pessoas que moram no entorno e deixa de receber milhões do Governo do Estado.

O aterro sanitário de Araripina foi inaugurado em setembro de 2007, sendo o primeiro do Sertão do Araripe. O projeto de construção do aterro sanitário recuperou o lixão municipal que funcionava no mesmo terreno. À época, a obra foi orçada em cerca de R$ 700 mil. Um investimento considerado alto para alguns municípios, porém com retorno garantido de todo o investimento, visto que, ao se enquadrar à legislação ambiental o município passa a receber o ICMS Ecológico. Com o valor do imposto o município consegue repor aos cofres públicos todo valor investido em cerca de 6 (seis) meses.

Além da responsabilidade ecológica e de saúde, o cumprimento da lei sobre os aterros garante a sustentabilidade de inúmeras famílias cadastradas nas associações de catadores que têm sua principal renda oriunda dos recicláveis. Durante muito tempo o município conseguiu cumprir essa responsabilidade, sendo referência na Região do Araripe.

No entanto, infelizmente, atualmente o município voltou à condição de lixão, um retrocesso que representa prejuízos ambientais, sociais e econômicos, tendo em vista que inúmeros recursos financeiros são perdidos pelo fato do município não estar atendendo todas as exigências dos órgãos fiscalizadores sobre o tratamento dos resíduos sólidos.

Desde 2017, vereadores e representantes da sociedade civil cobram da gestão municipal o cumprimento da lei e dos prazos para regularização do aterro sanitário e garantir de volta dignidade às pessoas que trabalham no “lixão” mas não são lixo para serem tratadas com tanto descaso.

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