Ativista Alexandre Pires lança sua pré-candidatura a Deputado Estadual

Saiba mais informações clicando no link

Alexandre Pires PSOL

No meio de um roçado agroecológico comunitário desenvolvido com técnicas que protegem o solo e preservam a Caatinga, o ativista e pré-candidato pelo PSOL questionou o atual modelo de desenvolvimento econômico que destrói a biodiversidade e convidou agricultoras e agricultores a sonhar juntos um mandato na Alepe comprometido com a agroecologia. Foto: Aline Sales

Em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente, no último domingo (5 de junho), dezena de famílias agricultoras de comunidades dos municípios de Cumaru, Vertente do Lério, Taquaritinga do Norte, Surubim, Jataúba, Orobó, Santa Maria do Cambucá, Glória de Goitá e Bom Jardim se reuniam no sítio Lagoa Escondida, em Vertentes, agreste de Pernambuco, para celebrar a Agroecologia e participar do lançamento da pré-candidatura a Deputado Estadual, pelo PSOL, do ativista Alexandre Pires, ex-coordenador da ONG Sabiá e da Articulação Semiárido (ASA/PE). Grupos sociais de Caruaru e Recife também se juntaram ao ato, que ainda contou com a presença de nomes da política local como Tiago Paraíba, presidente estadual do PSOL, Paulo Rubem, pré-candidato a deputado federal pela REDE, Carol Vergulino, Luíza Carolina, Laís Araújo e Raphaela Carvalho, pré-candidatas a deputadas federais pelo PSOL, e João Arnaldo, pré-candidato a governador pelo PSOL.

Além de política, solidariedade:  o evento coletou quase uma tonelada de alimentos da agricultura familiar que foram doados às vítimas dos desmoronamentos na região metropolitana do Recife. O encontro começou com a fala das anfitriãs do sítio Lagoa Escondida, Aline e Dona Bia, que foram seguidas pelo plantio simbólico de mudas no roçado que a comunidade já cultiva há mais de um ano, sob assessoria da ONG Sabiá. Aline destacou que através das técnicas agroecológicas a comunidade conseguiu recuperar a fertilidade do solo e ainda resgatou o senso de colaboração entre as famílias, que trocam sementes e mudas.

O foco do roçado agroecológico comunitário é gerar novos insumos para o banco de sementes da comunidade, ajudando a ampliar a produção de alimentos para consumo humano e dos animais preservando as sementes crioulas (sem mudanças genéticas). É a partir da rede de bancos de sementes que uma comunidade pode ajudar a outra que esteja em momento de crise de abastecimento ou processo de criação, como quando no começo do ano diversas sementes foram doadas para famílias agricultoras que perderam suas plantações na Bahia devido às inundações e mudanças climáticas.

Alexandre Pires PSOL

Em seguida, o público abraçou simbolicamente o roçado coletivo. Após o abraço, houveram as falas das lideranças locais, entre eles José Valdomiro, o popular  “Zé Do Leite”, agricultor, Dimas Pessoa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vertentes e Antônio Barbosa, coordenador do Programa P1+2 e do Programa de Sementes da ASA, este destacou a atuação de Alexandre no fomento ao Programa Cisternas, que culminou com a construção de 1,2 milhão dessas tecnologias sociais pelo Semiárido brasileiro.

Tiago Paraíba também discursou, reforçando o papel estratégico de Alexandre em levar o PSOL para o interior de Pernambuco; enquanto Paulo Rubem recitou uma poesia que refletiu a diferença entre o modelo de agronegócio tradicional e a agroecologia que pode salvar o meio ambiente, numa homenagem à origem de Alexandre, que nasceu em Iguaracy, Pajeú, região que é berço de diversos poetas populares. Por fim João Arnaldo reforçou o papel estratégico da agroecologia como um caminho para desenvolvimento econômico sustentável de Pernambuco e eliminando concentração de renda, destacando que uma de suas bandeiras será um programa estadual que priorizará a compra de produtos da agricultura familiar de origem agroecológica.

Alexandre, último a falar, mesmo reconhecendo a importância da geração de renda que o setor têxtil fomenta no Agreste, teceu uma crítica responsável sobre a destruição que essa cadeia econômica também promove, em especial com o rio Capibaribe, desequilibrando gravemente o meio ambiente. Segundo o pré-candidato, diversos agricultores e ribeirinhos que conversaram com ele lamentaram não poder fazer mais uso das águas do rio sob risco de ficar doentes. “Um rio morto”, segundo eles.

“Precisamos discutir como é possível gerar trabalho e renda para as pessoas sem a destruição ambiental que o Polo Industrial da Confecção vem causando hoje; o preço do desenvolvimento não pode ser a destruição da natureza”, afirma. O desafio de estar na assembleia com a pauta socioambiental nem é simples nem é fácil, mas é possível. Precisamos entender que eleger um deputado estadual agroecológico sem apoio do poder econômico depende de cada uma e cada um de nós que somos comprometidos com um desenvolvimento que respeita o meio ambiente. Esta é uma candidatura com a nossa cara”, refletiu, enquanto era aplaudido pelas representações das comunidades.

Para finalizar o evento, Alexandre reforçou o caminho de diálogo que já existe entre a agricultura familiar com algumas lideranças da Alepe, em especial o mandato coletivo Juntas, do PSOL, mas precisa ser ainda mais ampliado, além de provocar a reflexão sobre a perpetuação das oligarquias familiares no poder: “essa dinâmica é injusta e não muda. Pelo menos 20 famílias se revezam nas vagas de deputado estadual a cada eleição, numa alternância de representatividade. Nossa pré-candidatura vem para romper essa lógica com novas idéias e trabalho construído, vivência e disposição para trabalhar, além de um coletivo, que são vocês, para nos apoiar”, pontuou. “Precisamos ser ousados, como disse o Papa Francisco: atrevamo-nos a sonhar juntos um mundo melhor. Vamos se atrever juntos”, convocou.

COMENTÁRIOS