Bolsonaro do PP inviabiliza Eduardo da Fonte para o Senado

Saiba mais informações clicando no link


No mais pessimista dos cenários é fato de que o ingresso de Bolsonaro no Progressistas fortalece Eduardo da Fonte em Pernambuco. A cotação do partido, que aqui no estado possui uma boa bancada de deputados estaduais e tem à disposição um significativo tempo de televisão e rádio, fica em alta tanto na oposição, quanto na Frente Popular.

Ainda que opte abrir dissidência e se mantenha ao lado do PSB, o Progressistas em Pernambuco ainda tem potencial de atrair para as suas hostes candidatos a deputado estadual e federal bolsonaristas, o que reforça as suas chapas proporcionais. Porém, há também a possibilidade de alguns dos atuais quadros do PP decidirem concorrer por outras siglas com receio de perderem votos em redutos lulistas por conta da associação do partido a Bolsonaro. Embora em outros tempos disputar pelo PSDB, adversário histórico do PT, não fosse problema, agora, dado o grau de acirramento e rivalidade entre bolsonaristas e lulistas, optar por siglas que irão polarizar pode acarretar em prejuízos para deputados e não pode ser deixado de ser levado em consideração.

Por sua vez, caso Eduardo da Fonte decida ir para a oposição, a sigla, ainda que perca alguns de seus deputados, compensaria esta saída com um maior volume de bolsonaristas e o ingresso de outras lideranças detentoras de mandato.

Se por um lado no campo proporcional as equações garantem ao PP um melhor conforto na disputa, no campo majoritário os cenários são diferentes. Não há dúvida de que o Progressistas passa a falar mais grosso, o que pode garantir a oportunidade de brigar por espaço nas chapas majoritárias da Oposição ou Frente Popular. A indicação de um nome para compor na condição de vice-governador é a possibilidade mais tangível. Já para o Senado há alguns percalços a serem resolvidos, sobretudo na Frente Popular.

Não é segredo para ninguém que Eduardo da Fonte nutre o desejo de alçar voo para o tapete azul do Senado e na política se sabe muito bem que o êxito neste tipo de disputa é maior quando parte de um projeto coletivo. Adepto de uma postura hostil e distanciamento com alguns quadros que compõem a Frente Popular, Eduardo precisaria reconstruir pontes, caso contrário encontraria resistências ao seu nome. Ainda que consiga garantir o espaço para disputar, sem resolver essas pendências correria o risco de ter a sua candidatura boicotada por uma significativa parte de cardeais de partidos e outras lideranças políticas que compõem a coalizão. Resolvendo estes conflitos, Da Fonte teria pela frente outro grande desafio: convencer o eleitorado lulista apertar o 11 de Bolsonaro para senador. Por sua vez, optando pela Oposição, seria mais fácil para o presidente estadual do PP não só conseguir o espaço para disputar o Senado, porém poderia ser visto com desconfiança pelo eleitorado bolsonarista tendo em vista que anda tecendo vários elogios para Lula. Qualquer que seja o caminho, ambos apresentam desafios que inviabilizam Eduardo da Fonte em uma disputa pelo Senado Federal.

Escrito por Wellington Ribeiro

COMENTÁRIOS