Coluna Ponto a Ponto (27/08) – Lula, por 2018

Coluna Ponto a Ponto (27/08) – Lula, por 2018

PONTO I - A caravana de Lula pelo Nordeste tem apontado para alguns significados. O primeiro e mais fundamental deles é o de que política é uma arte que se faz dialogando. E diante das atuais regras e circunstâncias históricas, (re)construindo e estabelecendo pontes com aqueles que ainda é possível fazê-lo. PONTO II - Outro significado que emerge das visitas e encontros promovidos por Lula é a necessidade de distensionar a sociedade brasileira. Em meio a polarização e radicalização Lula é o primeiro grande nome a sinalizar, de forma prática, para a necessidade de retomada do diálogo político e da construção de consensos mínimos. O que Lula diz é simples e óbvio: a radicalização à direita ou a esquerda não é boa para ninguém. Em especial para o país. É preciso reconstruir o Brasil, e isso só será possível construindo pontes e não erguendo muros. PONTO III - Lula não faz nada de novo. Lula não tem dito nada de extraordinário. Ele faz e diz o óbvio. Mas neste momento histórico fazer e dizer o óbvio não é só o que resta possível, mas é o extremamente necessário para dar um mínimo de esperança a uma sociedade despedaçada e fragilizada, como a do Brasil de hoje. PONTO IV - Outra mensagem que a caravana de Lula busca passar é a de que ainda há futuro. Com ou sem Lula na disputa eleitoral, 2018 tem que ser possível. Portanto, qualquer saída para a crise brasileira passa pelo voto popular. As aventuras golpistas travestidas por eufemismos como "parlamentarismo" e "semipresidencialimo" não podem prosperar. Assim como não pode prosperar as figuras aventureiras fantasiadas de apoliticismo e pautadas pelo discurso do ódio, da intolerância e da radicalização ainda maior, seja ele no estilo quarteleiro de Bolsonaro ou no almofadinha de Doria. PONTO V - Hoje há um consenso no Brasil: a rejeição quase que absoluta ao desgoverno não eleito de Michel Temer. O país afunda sob o seu não comando e o que resta é vendido e entregue a preço de banana. O Brasil foi posto a venda com tudo dentro, inclusive com a mão de obra que já era barata e que agora passará a semiescrava, dada as reformas do governo não eleito. PONTO VI - Aqueles que assaltaram o poder de Estado e sequestraram o Brasil apostam todas as fichas em expedientes pouco ou nada republicanos e na falta de memória da população para se perpetuarem nos seus cargos e com seus privilégios. Resta saber se já combinaram com a população. Por ora esta mostra-se resignada e apática. Mas há a sensação que algo queima como fogo de monturo. PONTO VII - Deputados federais e senadores, em especial àqueles que pleiteiam um retorno, reeleitos, a Brasília próximo ano estão caminhando sob o fio da navalha. Em especial os que estão agarrados ao governo não eleito e acreditando que as inúmeras emendas liberadas no balcão de negócios que se tornou as duas casas os salvará. Contam com a desmemoria e, sobretudo, com o poder de transferência de votos dos prefeitos em suas bases. É uma aposta arriscada. Não será fácil pedir votos para os cargos proporcionais. Haverão os prefeitos de partir para o desgaste e pedir votos aos seus eleitores, mesmo sabendo dos efeitos da crise que já bate a porta dos municípios e da população mais humilde? PONTO VIII - Apostar na falta de memória da população é ainda mais arriscado. Está gravado como uma cicatriz profunda na lembrança da população brasileira os dois momentos mais vergonhosos da história recente da República: a votação do impeachment e, mais recente ainda, a votação pelo prosseguimento ou não da denúncia contra Temer. A população haverá de cobrar esta fatura, e me parece que a conta será alta. PONTO IX - Provocou arrepios nos ingênuos, de lado a lado, a visita de Lula aos herdeiros políticos de Eduardo. Não se assustem se PT e PSB virem a singrar os mares da camapanha eleitoral de 2018 juntos, em Pernambuco. Esta é uma ponte que, na visão de Lula, precisa ser reconstruída caso qualquer candidatura de  centro esquerda queira ser viável e vencedora nas eleições presidenciais de 2018. Se houver 2018!!! PONTO X - Para o PSB de Pernambuco colar a imagem de Paulo Câmara a Lula não seria má ideia. Principalmente diante do desgaste e da falta de carisma que goza o governo do estado e o governador, respectivamente. Todos sabem que Lula é, desde algum tempo, o maior cabo eleitoral de Pernambuco. Haveria apenas uma equação a resolver em meio a tudo isso, e ela tem nome e sobrenome: Marília Arraes. Wagner Geminiano - Doutorando em História pelo PPGH-UFPE.

Lula Pernambuco

Crédito: Roberto Stuckert Filho

PONTO I – A caravana de Lula pelo Nordeste tem apontado para alguns significados. O primeiro e mais fundamental deles é o de que política é uma arte que se faz dialogando. E diante das atuais regras e circunstâncias históricas, (re)construindo e estabelecendo pontes com aqueles que ainda é possível fazê-lo.

PONTO II – Outro significado que emerge das visitas e encontros promovidos por Lula é a necessidade de distensionar a sociedade brasileira. Em meio a polarização e radicalização Lula é o primeiro grande nome a sinalizar, de forma prática, para a necessidade de retomada do diálogo político e da construção de consensos mínimos. O que Lula diz é simples e óbvio: a radicalização à direita ou a esquerda não é boa para ninguém. Em especial para o país. É preciso reconstruir o Brasil, e isso só será possível construindo pontes e não erguendo muros.

PONTO III – Lula não faz nada de novo. Lula não tem dito nada de extraordinário. Ele faz e diz o óbvio. Mas neste momento histórico fazer e dizer o óbvio não é só o que resta possível, mas é o extremamente necessário para dar um mínimo de esperança a uma sociedade despedaçada e fragilizada, como a do Brasil de hoje.

PONTO IV – Outra mensagem que a caravana de Lula busca passar é a de que ainda há futuro. Com ou sem Lula na disputa eleitoral, 2018 tem que ser possível. Portanto, qualquer saída para a crise brasileira passa pelo voto popular. As aventuras golpistas travestidas por eufemismos como “parlamentarismo” e “semipresidencialimo” não podem prosperar. Assim como não pode prosperar as figuras aventureiras fantasiadas de apoliticismo e pautadas pelo discurso do ódio, da intolerância e da radicalização ainda maior, seja ele no estilo quarteleiro de Bolsonaro ou no almofadinha de Doria.

PONTO V – Hoje há um consenso no Brasil: a rejeição quase que absoluta ao desgoverno não eleito de Michel Temer. O país afunda sob o seu não comando e o que resta é vendido e entregue a preço de banana. O Brasil foi posto a venda com tudo dentro, inclusive com a mão de obra que já era barata e que agora passará a semiescrava, dada as reformas do governo não eleito.

PONTO VI – Aqueles que assaltaram o poder de Estado e sequestraram o Brasil apostam todas as fichas em expedientes pouco ou nada republicanos e na falta de memória da população para se perpetuarem nos seus cargos e com seus privilégios. Resta saber se já combinaram com a população. Por ora esta mostra-se resignada e apática. Mas há a sensação que algo queima como fogo de monturo.

PONTO VII – Deputados federais e senadores, em especial àqueles que pleiteiam um retorno, reeleitos, a Brasília próximo ano estão caminhando sob o fio da navalha. Em especial os que estão agarrados ao governo não eleito e acreditando que as inúmeras emendas liberadas no balcão de negócios que se tornou as duas casas os salvará. Contam com a desmemoria e, sobretudo, com o poder de transferência de votos dos prefeitos em suas bases. É uma aposta arriscada. Não será fácil pedir votos para os cargos proporcionais. Haverão os prefeitos de partir para o desgaste e pedir votos aos seus eleitores, mesmo sabendo dos efeitos da crise que já bate a porta dos municípios e da população mais humilde?

PONTO VIII – Apostar na falta de memória da população é ainda mais arriscado. Está gravado como uma cicatriz profunda na lembrança da população brasileira os dois momentos mais vergonhosos da história recente da República: a votação do impeachment e, mais recente ainda, a votação pelo prosseguimento ou não da denúncia contra Temer. A população haverá de cobrar esta fatura, e me parece que a conta será alta.

Lula Renata Campos Paulo CâmaraPONTO IX – Provocou arrepios nos ingênuos, de lado a lado, a visita de Lula aos herdeiros políticos de Eduardo. Não se assustem se PT e PSB virem a singrar os mares da camapanha eleitoral de 2018 juntos, em Pernambuco. Esta é uma ponte que, na visão de Lula, precisa ser reconstruída caso qualquer candidatura de  centro esquerda queira ser viável e vencedora nas eleições presidenciais de 2018. Se houver 2018!!!

PONTO X – Para o PSB de Pernambuco colar a imagem de Paulo Câmara a Lula não seria má ideia. Principalmente diante do desgaste e da falta de carisma que goza o governo do estado e o governador, respectivamente. Todos sabem que Lula é, desde algum tempo, o maior cabo eleitoral de Pernambuco. Haveria apenas uma equação a resolver em meio a tudo isso, e ela tem nome e sobrenome: Marília Arraes.

Wagner Geminiano – Doutorando em História pelo PPGH-UFPE.

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