Covid-19 – Quase 75 mil pernambucanos já foram infectados pela doença

Estado registra 5.772 mortes pelo novo coronavírus


A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, nesta quarta-feira (15.07), 1.384 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 1.221 (88%) são casos leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que estavam na fase final da doença ou já curados. Os outros 163 (12%) se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Agora, Pernambuco totaliza 74.960 casos já confirmados, sendo 21.484 graves e 53.476 leves. Além disso, o boletim de hoje registra um total de 53.355 pessoas recuperadas da doença. Desse total, 10.946 são de casos graves, que demandaram leitos no sistema de saúde, e 42.409 casos leves.


Os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 181 municípios pernambucanos (tabela 2), além do arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros Estados e países.

Também foram confirmados laboratorialmente 57 óbitos (sendo 31 do sexo feminino e 26 do sexo masculino). Os novos óbitos confirmados são de pessoas residentes nos municípios de Abreu e Lima (1), Aliança (1), Barreiros (1), Bodocó (1), Bom Jardim (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Camaragibe (4), Caruaru (3), Escada (2), Feira Nova (1), Flores (1), Frei Miguelinho (1), Goiana (1), Igarassu (1), Itapetim (1), Jaboatão dos Guararapes (3), Lagoa do Carro (1), Limoeiro (2), Olinda (7), Orobó (1), Paranatama (1), Paulista (4), Petrolândia (1), Petrolina (1), Recife (12), São Caitano (2) e São Lourenço da Mata (1). Com isso, o Estado totaliza 5.772 mortes pela doença.

As mortes registradas no boletim de hoje ocorreram entre 22 de abril e 14 de julho. Do total de mortes do informe de hoje, 35 (61%) ocorreram de 22/04 a 11/07. As outras 22 (39%) ocorreram nos últimos 3 dias. Os pacientes tinham idades entre 27 e 96 anos. As faixas etárias são: 29 a 29 (1), 30 a 39 (3), 40 a 49 (3), 50 a 59 (4), 60 a 69 (17), 70 a 79 (14), 80 anos ou mais (15).

Dos 57 pacientes que vieram a óbito, 44 apresentavam comorbidades confirmadas: diabetes (20), doença cardiovascular (18), hipertensão (17), tabagismo/histórico de tabagismo (5), doença pulmonar (5), doença de Alzheimer (4), doença renal (4), histórico de AVC/AVE (2), doença respiratória (2), doença hepática (2), doença vascular (2), câncer (2), epilepsia (1), obesidade (1), doença neurológica (1), leucemia linfóide (1), anorexia (1), etilismo (1) e hipotireoidismo (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Um não tinha comorbidades e os demais estão em investigação pelos municípios.

Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 17.476 casos foram confirmados e 22.879 descartados. O Boletim de hoje também traz, em sua parte final, o detalhamento das testagens destes profissionais, com dados relativos aos números apresentados no documento da última terça-feira (14.07). Até ontem, do total de profissionais de saúde que contraíram a doença (17.343), 91,8% já estão curados. As testagens entre os trabalhadores do setor abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Governo de Pernambuco foi o primeiro do país a criar um protocolo para testar e afastar os profissionais da área da saúde com sintomas gripais.

EDUCAÇÃO – Embora ainda não haja definição sobre data de retorno às aulas presenciais, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Educação e Esportes, divulgou o protocolo setorial para a área de Educação no Estado nesta quarta-feira (15) em coletiva de imprensa, transmitida pelo canal do Governo no youtube, que contou com a presença dos secretários de Saúde, André Longo, e de Educação, Fred Amâncio. O documento – aplicado para a Educação Básica, Ensino Superior e Cursos Livres (cursos de línguas, cursos técnicos, qualificação profissional e outros) – estabelece regras sobre distanciamento social, medidas de proteção/prevenção, monitoramento e comunicação.


O documento ficará disponível para consulta pública e eventuais contribuições até o dia 24 de julho no site www.educacao.pe.gov.br. “Nosso objetivo ao divulgar o protocolo setorial da educação é fazer com que as instituições de ensino possam realizar seu planejamento e tomar as providências necessárias para o retorno dos estudantes às salas de aula. É importante ressaltar que as instituições, sejam das redes pública ou privada, poderão estabelecer protocolos com medidas complementares, desde que sigam as orientações gerais do documento apresentado pelo Governo de Pernambuco”, diz o secretário de Educação e Esportes do Estado, Fred Amancio.  

Entre as determinações, está a definição da distância mínima de um metro e meio entre os estudantes, trabalhadores em educação e colaboradores em todos os ambientes da unidade de ensino. Como consequência, a equipe gestora deve observar o número de alunos por turma, reduzindo a quantidade se necessário, inclusive com a possibilidade de adoção de um sistema de rodízio nas escolas. Outra medida importante é a promoção de diferentes intervalos de entrada, saída e alimentação para evitar aglomerações nas dependências da escola. 

O protocolo setorial também prevê o adiamento de todo e qualquer evento presencial na escola e a suspensão das atividades esportivas coletivas. Os estudantes, trabalhadores em educação e demais colaboradores devem receber orientações para evitarem contatos próximos, como apertos de mãos, beijos e abraços. Os horários das refeições devem ser alternados e a escola deve estabelecer o distanciamento de dois metros durante a alimentação dos estudantes. 

Em relação à higiene, é obrigatório o uso de máscara por todas as dependências das unidades de ensino – devendo ser observadas orientações específicas quando se tratar de crianças até dois anos de idade – e acomodá-la, quando não estiverem sendo utilizadas, em sacos plásticos, por exemplo, na hora das refeições. 

Álcool 70% e locais para lavagem frequente das mãos devem estar disponíveis para a higienização de todos os que frequentam o estabelecimento de ensino; e deve haver reforço da limpeza e desinfecção dos ambientes e das superfícies mais tocadas, como mesas, cadeiras, maçanetas, banheiros e áreas comuns, antes e durante o expediente. 

Monitoramento e Comunicação – As instituições de ensino devem utilizar intensivamente os meios de comunicação disponíveis (comunicação interna e redes sociais) para orientar os estudantes, trabalhadores em educação e colaboradores em ações de higiene necessária para as mãos e objetos, utilização e troca da máscara de proteção e como se alimentar com segurança. Além disso, cartilhas com orientações sobre os cuidados básicos da COVID-19 devem ser elaboradas e disponibilizadas pela internet, e cartazes afixados em pontos estratégicos. 

“A educação, área que mobiliza mais de 2 milhões de pessoas em nosso Estado, é um setor onde os cuidados para evitar a transmissão da Covid-19 terão de ser redobrados. Regras de distanciamento social e medidas de proteção e prevenção precisam estar muito bem definidas. As boas práticas para evitar o contágio vão ter que entrar no dia a dia das salas de aula. Alunos, de todas as idades, precisam ser estimulados a lavar as mãos várias vezes ao dia. Abraços, apertos de mão e brincadeiras coletivas vão precisar ficar pra depois. As máscaras terão que fazer parte do fardamento escolar e o uso correto terá que ser reforçado diariamente. Será um novo momento, que não será fácil, mas estas medidas são necessárias para resguardar a saúde de alunos, professores e das famílias. Como sempre tenho dito, a luta contra a Covid-19 está longe de acabar, porque o vírus continua entre nós. Assim, a palavra-chave deste momento é aprender a conviver com este novo cenário que está posto, tomando medidas para nos protegermos e evitarmos novos casos e mortes. Serão as nossas atitudes agora que vão definir os nossos próximos passos”, destacou o secretário André Longo durante a coletiva de imprensa online. 

O documento prevê também esclarecimentos sobre os protocolos a serem seguidos em caso de suspeita, confirmação ou contato com pessoas diagnosticadas com Covid-19 Estes protocolos vão desde o cumprimento do isolamento social de 14 dias ao acesso do aplicativo “Atende em Casa” (www.atendeemcasa.pe.gov.br), onde é possível receber orientações sobre como proceder com os cuidados e a necessidade de procurar o serviço de saúde.

FERNANDO DE NORONHA – Foi iniciada a segunda fase da pesquisa “Incidência e Prevalência da Covid-19 no Arquipélago de Fernando de Noronha”, com a aplicação de questionário aos 904 participantes do estudo. Já estão sendo entregues os laudos dos exames de nariz e garganta, o RT-PCR, e sorológico, com amostras do sangue, realizados na etapa inicial. Dos 904 investigados durante a primeira fase, 42 foram identificados com o novo coronavírus. A maioria teve a doença de forma assintomática e só descobriu a contaminação após os testes da pesquisa. Devido à reabertura da ilha para entrada de moradores que estavam no continente, aumentando o risco de uma nova disseminação da doença, é necessário dar continuidade ao estudo, com a participação de todos os pesquisados na primeira etapa.

O estudo tem sido importante para orientar as ações de vigilância e controle da Covid-19 e no apoio à tomada de decisões da Administração na retomada das atividades sociais e econômicas na ilha. Atualmente, Noronha é o lugar que mais testa (proporcionalmente) para a detecção do coronavírus no mundo. Até agora, em torno de 1.200 pessoas já foram testadas, mais de um terço da população noronhense, o que representa 350 mil por milhão de pessoas. No entanto, o administrador da ilha, Guilherme Rocha, continua reforçando a importância de se manter as orientações de distanciamento social e hábitos de higiene para a prevenção e combate ao coronavírus, além da efetiva participação da comunidade no estudo epidemiológico, de extrema importância, de acordo com o gestor.

“Estamos conseguindo controlar o vírus, mas não somos imunes a ele. Por isso precisamos do apoio da população. A segunda fase da pesquisa vem para isso. Para entender o impacto da reintrodução de pessoas na ilha e confirmar se a Covid-19 está controlada realmente, se não está escapando um caso ou outro assintomático. As pessoas precisam entender o papel fundamental da comunidade nesta pesquisa”, ressalta.

Guilherme Rocha alerta que a não continuidade do estudo, por conta de uma possível desistência das pessoas, vai impactar diretamente na volta da normalidade que todos estão ansiosos para acontecer. “Essa segunda fase da pesquisa é importante para a retomada do turismo. A desistência das pessoas na pesquisa pode anular o estudo e impactar na reabertura. Depois de tanto esforço, podemos perder esse estudo inédito no Brasil se a população não contribuir”.

Mozart Sales, especialista da Secretaria Estadual de Saúde e coordenador do estudo na ilha, afirma que o sucesso que Noronha está tendo até agora, sem nenhum caso de óbito por coronavírus e com a doença controlada, é fruto da forma de se fazer o controle da pandemia, como estabelece a Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde, monitorando os casos positivos, os contactantes diretos e a verificação de quem entra na ilha. “O Brasil já tem mais de 70 mil mortes. E por que não morreu ninguém em Noronha? Porque está se fazendo tudo certo. A população, a Secretaria de Saúde de Pernambuco e a gestão da ilha estão colaborando para atingir estes indicadores de hoje. A gente não pode descansar com essa doença”, diz Mozart.

Para manter os dados atualizados e saber se as pessoas tiveram mais infecções silenciosas, será necessária a continuação da pesquisa, principalmente agora com o retorno dos moradores e a expectativa da reabertura para o turismo. O estudo epidemiológico, que deve durar até maio de 2021, está fazendo a ilha ficar longe da transmissão comunitária do vírus, segundo o especialista, porque, quando os casos são identificados, o acompanhamento é feito por profissionais da área, incluindo a orientação de quarentena para as pessoas que testam positivo. De acordo com a pesquisa, 4.7% da população teve a doença na ilha e 95% não teve. Portanto, essas pessoas que não contraíram, estão suscetíveis à Covid.

“Diferentemente do Brasil, onde a doença não tem controle efetivo, isso só está sendo possível graças aos esforços de todo mundo e a colaboração dos moradores. Por isso eu peço que a população participe das outras fases porque, se não for feito, o estudo ficará prejudicado e não teremos o controle adequado da doença. Não é porque que Noronha até agora está bem, que iremos cruzar os braços e fazer de conta que não tem perigo. Precisamos manter a vigilância e continuar com as outras fases do estudo para um acompanhamento adequado”, reforça Mozart Sales.

Ao todo, foram registrados 76 casos de Covid-19 no arquipélago, sendo 42, identificados pelo Estudo Epidemiológico em curso na ilha. A terceira, quarta e quinta fase vão acontecer em agosto, novembro e maio de 2021, respectivamente.

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