Delegada Gleide articula criação de Espaço para Acolhimento aos órfãos do feminicídio de Pernambuco

Saiba mais informações clicando no link

Delegada Gleide Ângelo

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que em 80% dos casos de tentativa ou de feminicídios registrados no país durante o ano de 2020, as vítimas eram mulheres mães cujos filhos já haviam testemunhado algum tipo de violência praticada contra elas. Só no ano passado, ainda de acordo com o levantamento, a violência de gênero deixou pelo menos 2.300 pessoas órfãos. A fim de minimizar esta realidade devastadora, a Delegada Gleide Ângelo está articulando junto ao Governo do Estado a criação da Casa de Acolhimento, Abrigamento e Apoio Psicossocial aos filhos e filhas do feminicídio.

O projeto prevê que as crianças e adolescentes e demais dependentes legais de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e familiar devam receber, por parte do Estado, sob a coordenação da Secretaria Estadual da Mulher, um trabalho especial quanto aos direitos da assistência social, saúde, alimentação, moradia, educação e  assistência jurídica gratuita, uma vez que eles também integram um grupo vulnerável de vítimas colaterais da violência de gênero. “A violência doméstica não é só contra uma mulher, ela atinge e destrói toda uma família. Quantas crianças não testemunham diversas violências e agressões praticadas pelos pais ou companheiros de suas mães? Quantos filhos presenciaram o assassinato da própria mãe?”, pontua a parlamentar, que também é autora de um projeto de lei que determina a criação da Política Estadual de Proteção e Atenção Integral aos Órfãos e Órfãs do Feminicídio – em tramitação na Assembleia Legislativa desde o ano passado.

Assim, a Casa seria um espaço em que os filhos de mulheres mortas por feminicídio poderiam receber atendimento humanizado psicossocial e psicoterapêutico por uma equipe multidisciplinar e especializada, assim como a orientação para a inserção deles em programas, projetos e ações sociais desenvolvidos pelo Estado. Ademais, também podem ser disponibilizadas capacitações e o acompanhamento necessário para aqueles que desejarem ser tutores de lares provisórios aos menores órfãos afastados do convívio familiar por medida protetiva determinada pela justiça – para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários.

“A violência contra as mulheres destrói famílias e gerações inteiras. Não podemos assistir a isso de braços cruzados! Só nos dois primeiros meses deste ano, 37 mulheres foram assassinadas em todo o estado. Acompanhamos pelos jornais e noticiários três mulheres assassinadas em 24h. Temos de dar um basta nessa realidade e, amparar e acolher os órfãos dessas vítimas é de extrema sensibilidade e urgência para a desconstrução dessa cultura”, argumenta a deputada fazendo alusão aos assassinatos de mulheres em Paulista, Olinda e no Cabo de Santo Agostinho na última semana. Em dois dos crimes, as motivações foram confirmadas como feminicídio e, em um deles, o crime foi presenciado pela filha da vítima.

COMENTÁRIOS