Em visita a Pernambuco, senador do PDT sugere protestos com entrega de flores

Em visita a Pernambuco, senador do PDT sugere protestos com entrega de flores

Cúpula estadual do PDT aproveitou para se reunir com o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio

Tese foi defendida por Weverton Rocha, o senador mais votado do Maranhão, que veio a Pernambuco a convite de Wolney Queiroz

Senador mais votado do Maranhão, principal reduto eleitoral dos Sarney, Weverton Rocha (PDT), sugeriu, hoje, em visita ao Recife, que a militância pedetista se envolva, nos próximos dias, na realização de protestos criativos e sem ódio, como a entrega de flores (símbolo da sigla) para chamar a atenção dos 81 senadores que votarão a Reforma da Previdência nos próximos dias. Ele também defendeu que a chamada esquerda se empenhe em apresentar à população um discurso político contra a reforma de maneira didática, sem usar o chamado “economês”. O parlamentar frisou, ainda, não ter posição definida sobre os deputados infiéis que votaram a favor da reforma.

Com linguagem simples, em palestra na sede do PDT estadual, Weverton falou sobre os males provocados pela reforma – aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira. Ele veio a Pernambuco a convite do deputado federal Wolney Queiroz, presidente da sigla estadual. “Estamos vivendo, talvez, a quadra mais difícil do nosso País”, declarou o parlamentar. “A reforma vai economizar empobrecendo nosso povo, nosso maior patrimônio”.

Wolney permaneceu em Brasília nas articulações pós aprovação da reforma e o anfitrião da visita de Weverton Rocha ao Estado foi o deputado estadual José Queiroz (PDT). Ele recebeu o senador ao lado da secretária de Habitação do Recife, Isabella de Roldão, do secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, Alberes Lopes, e os quatro estiveram no Palácio das Princesas para almoçar com o governador Paulo Câmara (PSB). O prefeito Geraldo Julio também participou do encontro.

Queiroz ressaltou, no início da palestra, que Weverton foi eleito em 2018 com quase dois milhões de votos, uma votação maior do que a do governador Flávio Dino (PCdoB), vencendo, naquela disputa majoritária, Sarney Filho (PV). “O que pesa mais na reforma vai ser a não possibilidade de muitos poderem se aposentar, infelizmente. Os que conseguirem, não vão conseguir a sua integralidade”, declarou o senador.

Weverton lembrou, que como o deputado Wolney Queiroz, acordou hoje com a mesma sensação pós-impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016. “Acordei muito triste porque não tivemos a capacidade de vender a nossa narrativa. O grande problema é esse. Como é que eu não consegui chegar a Seu João, falar que ele, que já é aposentado com Dona Maria, também será prejudicado com isso? Venderam que a reforma é só para quem vai se aposentar daqui para frente, mas é mentira. O senhor João recebe R$ 2 mil de aposentadoria e a dona Maria, companheira dele, recebe R$ 1 mil. Se, amanhã, ele morrer…O correto seria o dinheiro dele ir para dona Maria. Dona Maria passaria a receber R$ 3 mil para sustentar a família. Com o que foi aprovado, (a pensão de) Seu João perde 40% do dinheiro dele (da pensão que deixaria) e ela perde 20% do dela. Ou seja, o que era R$ 3 mil, fica por R$ 2 mil”, explicou o senador.

O senador Weverton respondeu a várias perguntas da plateia. Ele disse, por exemplo, ainda não ter a opinião formada a respeito da expulsão de oito dos 27 deputados da sigla pedetista que votaram a favor da Reforma da Previdência. Para ele, a decisão implicaria na perda de tempo nos discursos da liderança pedetista na Câmara. Ele defendeu, por outro lado, a saída dos infiéis de qualquer cargo expressivo do PDT indicado pelo PDT. “Tem coisa pior na política do que o ostracismo? Tem coisa pior no mundo do que ser colocado no canto?” indagou.

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