Lula deve declarar apoio a Marília Arraes em Pernambuco

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve declarar apoio a ex-petista Marília Arraes (SD) contra a tucana Raquel Lyra (PSDB) na disputa do segundo turno pelo governo de Pernambuco.

O Valor apurou que o petista teria entrado em contato com Marília para acertar detalhes sobre a oficialização do gesto. Em Pernambuco, a deputada é a principal adversária política do PSB, do governador Paulo Câmara.

O PSB e o PT, que apoiaram a candidatura do deputado Danilo Cabral (PSB) no primeiro turno com o aval de Lula, vão endossar, mesmo a contragosto, a decisão do ex-presidente.

Marília conseguiu na largada do segundo turno apoios do PDT, PCdoB e Republicanos. O PCdoB é o partido da vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que disputou o mesmo cargo na chapa de Danilo Cabral neste ano.

Havia a expectativa de aliados da ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra de que, diante da tentativa do PT de angariar apoios tucanos, o ex-presidente pudesse ficar neutro na disputa no Estado.

Na pré-campanha, Raquel foi cogitada para ser vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB). Havia esperança de que, diante do apoio enfático de Tebet a Lula no segundo turno, o ex-presidente pudesse retribuir a manifestação da emedebista não subindo no palanque de Marília Arraes.

Raquel Lyra também é ligada ao grupo político de Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania. O dirigente foi um dos primeiros a declarar apoio a Lula no segundo turno das eleições presidenciais.

A tese da neutralidade de Lula começou a enfraquecer quando o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) declarou apoio a Bolsonaro. No dia seguinte, Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, afirmou que não estava atrás de apoio formal do PT para disputa do segundo turno no Estado.

Lula recebeu apoio dos chamados cabeças brancas do partido, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-ministro José Serra.

Na quarta-feira (5), o ex-presidente gravou vídeo de apoio ao candidato do PSB na Paraíba, João Azevêdo (PSB). Ele disputa o governo paraibano contra o tucano Pedro Cunha Lima. Nos bastidores, a manifestação do petista foi entendida como mais uma sinalização de enfraquecimento da tese de que Lula adotaria neutralidade contra os tucanos.

Preterida pelo PT, Marília Arraes deixou o partido em março deste ano e migrou para o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força. O Solidariedade integra arco nacional de partidos que apoiam o ex-presidente.

A principal estratégia de Marília Arraes no segundo turno vai ser tentar colar a imagem de Bolsonaro em Raquel Lyra. A candidata do PSDB apoiou Simone Tebet no primeiro turno da eleição presidencial. Ela deve se manter neutra na etapa final. Mesmo sem ter sido a candidata oficial de Lula em Pernambuco, Marília construiu a campanha eleitoral usando a imagem do ex-presidente.

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