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Ao contrário do que alguns veículos de mídia têm ventilado, a situação política do prefeito de Olinda, Lupércio (SD), não é tão interessante assim. A especulação da ida do deputado estadual João Paulo (PCdoB) para disputar a prefeitura contra ele em 2020 perdeu força, mas ainda há quem duvide que o PCdoB tenha declinado da ideia de lançar um candidato majoritário na cidade que foi seu reduto por 16 anos.
O deputado federal Bispo Ossesio (PRB) também deixou o nome à disposição para o pleito, inclusive com anuência do também deputado federal Silvio Costa Filho (PRB), que foi recentemente reconduzido à presidência estadual da legenda. Entretanto, a distância que o mandato federal lhe impõe é um problema para conduzir a pré-campanha, além do perfil que Ossesio tem. Pesquisas recentes indicam que candidaturas alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) têm 70% de rejeição em Olinda. Esse fator também fere de morte a pretensa candidatura do vereador Jorge federal a prefeito, como ele vem ensaiando. No mesmo raciocínio, o ex-candidato derrotado em 2016, Antonio Campos, se fragilizou muito ao perder a corrida em 2016 e ter uma votação extremamente reduzida em 2018, quando tentou sem sucesso um mandato de deputado estadual pelo PODEMOS.
O PSB e o Palácio também não possuem um candidato pule de dez para tirar do colete e lançar imediatamente. Restariam, em tese, o próprio prefeito Lupércio e candidatos minoritários. Mas, então por que isso significaria a fragilidade do gestor e não o natural favoritismo para 2020? Simples: a rejeição galopante aos políticos de mandato. Mesmo nas cidades em que a gestão é bem avaliada, qualquer consulta popular revela grandes índices de pessoas defendendo a mudança e a ascensão de nomes novos, em especial nos tempos atuais. Nesse sentido, Lupércio sofre dobrado porque é bombardeado diuturnamente com denúncias de irregularidades na gestão, obras inacabadas ou moradores revoltados com o descaso em seus bairros. Embora tenha a ausência, por enquanto, de um nome forte que possa polarizar consigo, Lupércio enfrenta diversas ações judiciais, além da dificuldade natural que será levantar novamente multidões em torno da sua imagem. Em 2016, Luciana santos (PCdoB) detinha o apoio total do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), apoios nacionais e articulação com o governo do estado, mas sequer conseguiu estar presente no segundo turno. A rejeição pelo comando da máquina foi tão extrema que inviabilizou a figura da deputada e ex-prefeita por dois mandatos. Da mesma forma, Lupércio precisa cuidar muito bem da imagem e mais ainda de Olinda se não quiser ver uma grande dificuldade de decolagem quando for dada a largada. A ausência de um nome robusto pode, na verdade, significar a dificuldade de desconstruir um nome adversário em um curto espaço de tempo, talvez insuficiente para conter seu crescimento. Seja qual for o cenário, o prefeito enfrentará a rejeição natural por estar no cargo e será responsabilizado pela decepção de uma parcela dos eleitores.
É verdade que nem todos os problemas da cidade são culpa do gestor, mas somente uma afinada comunicação pode deixar a população ciente das dificuldades encontradas quando se toma posse em uma administração municipal. O cenário está aberto em Olinda e o mais conhecedor do xadrez pode se sentar no cavalo selado.
Inferno Astral – Após o prefeiro Lucrécio Gomes (PSB) não conseguir eleger a esposa como deputada estadual, não pagar funcionários em dia e amargar índices altíssimos de rejeição, muita gente do seu grupo anda pulando do barco em busca de candidatos majoritários competitivos. Um dos destinos tem sido o grupo liderado pelo ex-prefeito Jandelson Gouveia e pela ex-deputada Mary Gouveia (PSC).
Indicação – O novo direto do Hospital Jesus Nazareno, Fusam, foi nomeado por interferência direta do deputado estadual Tony Gel (MDB). Ele, que é governista, conseguiu trazer a unidade para a cota pessoal e indicou José Bezerra Bodocó pela competência e experiência na área. Tony é um dos nomes mais fortes para a disputa da Prefeitura de Caruaru em 2020.
Candidato – Por falar em Caruaru, outro que deixou o nomes disponível foi o vereador Marcelo Gomes (PSB). Ele, que é filho da ex-deputada Laura Gomes e do ex-vice-prefeito Jorge Gomes, ambos socialistas, pode ser o nome palaciano na disputa pela prefeitura. Entretanto, há especulações de que o governador escalou o deputado Wolney Queiroz (PDT) para garantir de Brasília a presença do PT no palanque do PSB em 2020 no Recife. Nesse cenário, Wolney seria recompensado com o apoio das hostes socialistas ao deputado José Queiroz (PDT).
Não perder – Já é consenso entre os remanescentes do PTB que, após duas derrotas sucessivas para o PSB, 2020 será travada uma dura batalha. Senão conseguir se expandir, deve, ao menos, manter a participação com candidaturas em cidades como Igarassu, Ipojuca e Garanhuns. Quando Arraes perdeu a disputa do governo do estado para Jarbas, apenas 11 prefeitos permaneceram no PSB.
Escrito por Marcelo Velez
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