Prefeita de Itaíba pode ficar na mira da Polícia Federal

Há suspeita de desvio de recursos federais da FUNASA e do FNDE em contratos de R$ 10 milhões de reais em obras realizadas no Município.


A Prefeita de Itaíba, no Agreste pernambucano, foi denunciada na Superintendência da Polícia Federal, no Recife, por suspeita de desvio de recursos federais da FUNASA e do FNDE em contratos de R$ 10 milhões de reais em obras realizadas no Município.

A denúncia, feita por um cidadão itaibense, aponta que a Prefeitura celebrou com uma empresa sediada em Ananindeua, interior do Estado do Pará, dois contratos, sendo um do esgotamento sanitário da sede do Município e outro da construção de uma escola de grande porte.

As licitações foram vencidas pela Empresa paraense com menos de 2% de deságio dos valores orçados pela própria Prefeitura. Na concorrência do esgotamento sanitário, a empresa chegou a vencer disputando sozinha e com preço 0,04% menor que o valor cotado pela administração.

A acusação demonstra, ainda, que no local onde era pra existir uma sede empresarial em Ananindeua-PA há apenas uma residência, em que moram pessoas possivelmente ligadas ao procurador da construtora que a representou tanto nas licitações quanto nas assinaturas dos termos de contrato com o município pernambucano. Conforme documentos retirados do site do Tribunal de Contas de Pernambuco o único Município com o qual a empresa possui contrato no Estado é Itaíba.

O denunciante ainda informou à Polícia Federal que a proprietária da construtora teria trabalhado até pouco tempo em um mercadinho localizado na periferia de Ananindeua e que consultando seu nome na internet, constatou que recentemente a “empresária” recebeu do Governo do Estado do Pará um auxílio financeiro concedido a microempresários e trabalhadores autônomos para manterem seus pequenos negócios durante a pandemia.

Como se o enredo já não fosse o suficiente, a denúncia ainda aponta que o procurador da construtora contratada pela Prefeitura de Itaíba possui duas empresas do ramo da construção civil vinculadas ao seu nome e que em 2016 teria sido preso em uma operação da Polícia Civil do Pará por fraude na comercialização e transporte ilegal de madeira, tendo, naquela ocasião, sido encontrado em sua residência, mais de R$ 4,5 milhões em espécie.

A denúncia foi protocolada na última segunda-feira, dia 27 de julho, na sede da Superintendência da Polícia Federal e, considerando os graves crimes que podem estar em andamento, solicitou a instauração imediata de inquérito policial e todas as providências cautelares cabíveis.

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