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Nesta segunda-feira (29), médicos que ocupavam assentos na atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), comunicaram, através de carta à sociedade médica do estado, a renúncia dos cargos que ocupavam na autarquia. Dez membros da entidade médica, entre eles o vice-presidente, publicaram carta em que alegam os principais motivos que levaram o grupo a romper com os demais componentes da gestão 2018 – 2023. A necessidade de renovação, a busca por um conselho preventivo e educativo, bem como a descontinuidade de projetos voltados ao interior do estado estão entre os motivos que provocaram a decisão.
Acompanhe abaixo, na íntegra, o texto divulgado e assinado pelo grupo:
À Sociedade Médica Pernambucana
Prezados colegas médicos,
Por meio desta carta, nós, os signatários abaixo assinados, tornamos pública a renúncia dos nossos cargos como conselheiros e diretores da atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE). Essa inevitável decisão foi fruto de profunda reflexão decorrente das diversas discordâncias que tivemos com a atual gestão, em relação a questões cruciais que consideramos fundamentais para o pleno cumprimento da missão da entidade.
A primeira divergência que nos levou a tomar essa decisão foi a necessidade de renovação dos membros do CREMEPE. Entendemos que é essencial promover a alternância de representantes para manter a vitalidade e a capacidade de adaptação às demandas e desafios em constante evolução da medicina e da sociedade.
Outro ponto central da discordância está relacionado à busca por um conselho preventivo e educativo. Acreditamos que o CREMEPE deve assumir um papel proativo na promoção de medidas e políticas que visem à prevenção de problemas de saúde, contribuindo para a formação de uma sociedade mais saudável. O debate amplo e a coragem de fazer são elementos indispensáveis para um órgão fiscalizador e regulador da magnitude do conselho. Infelizmente, percebemos uma tendência de conformismo e uma resistência em adotar novas abordagens e soluções inovadoras. Acreditamos que é necessário ter coragem para enfrentar desafios e buscar constantemente o aprimoramento, sempre com o foco na classe médica, no interesse público e na melhoria da saúde da população pernambucana.
Também nos causou profunda insatisfação a descontinuidade dos projetos voltados ao interior, que foram construídos com afinco e dedicação, nos primeiros dois anos desse mandato. Esta atitude vai contra os princípios de equidade e justiça, prejudicando diretamente os colegas médicos do interior e a população que mais necessita de assistência médica de qualidade, afetando também a imagem e a credibilidade do conselho.
Por fim, destacamos a importância do respeito às entidades médicas, pilares fundamentais da representatividade e do fortalecimento da categoria. Entendemos que o diálogo e a parceria com essas entidades são essenciais para a construção de um ambiente colaborativo, para a defesa dos interesses dos médicos pernambucanos. Infelizmente, presenciamos uma postura de distanciamento e desvalorização dessas importantes instituições.
Com base nos pontos elencados acima, e diante da nossa incompatibilidade com a atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, tomamos a decisão de renunciar aos nossos cargos de conselheiros e diretores. Ressaltamos, que essa medida foi tomada como uma forma de manifestação, na defesa dos nossos compromissos com os valores e princípios que consideramos essenciais para a atuação efetiva do Cremepe. Defendemos, intransigentemente, a salutar união das entidades médicas em nosso estado e um Novo Conselho Regional de Medicina, atuante em defesa do exercício da profissão, dos médicos e da saúde da sociedade Pernambucana.
Atenciosamente,
Carlos Eduardo Gouvêa da Cunha
Claudia Beatriz Câmara de Andrade
Fernando Antônio Andrade de Oliveira
Jader Wanderley Barros e Silva Filho
Márcio Sanctos Costa
Mário Fernando da Silva Lins
Mário Jorge Lemos de Castro Lobo
Tiago Marques Cavalcanti
Virgílio Silveira Carneiro Leão
Walber Steffano Costa Fernandes
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