Visita de presidente da ACS-PE repercute na Zona da Mata Norte

Câmeras no colete, índice de suicídio nas corporações e previdência foram alguns dos assuntos levados ao conhecimento de quem vive na Zona da Mata Norte do Estado. A visita foi programada exatamente para fazer uma verdadeira prestação de contas do trabalho em busca de melhores condições para Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco. Albérisson enfatizou as dificuldades enfrentadas para as categorias serem ouvidas.

“Qualquer tipo de manifestação de Policiais e Bombeiros pode ser levada para o campo da ilegalidade de maneira arbitrária pelas autoridades, gerando problemas para o próprio Militar. Ele pode ser transferido e recebe outras sansões. Mas a gente quer incentivar nossos militares a lutar dentro da legalidade e, assim, fortalecer a categoria”, enfatizou.

Outro assunto abordado foi relativo à saúde mental dos Policiais Militares. Recentemente Albérisson Carlos participou de uma conferência latino-americana sobre o tema. Participaram representantes do México, Argentina e Uruguai.

“A situação mental do PM em Pernambuco é muito preocupante, assim como em outros lugares do mundo. O Brasil vive um momento muito difícil. Para se ter uma ideia, são 45 Policiais, em média no Brasil, afastados, todos os dias, por problemas de ordem psicológica e doenças psicossomáticas. Isso significa que temos altos índices de suicídio e tentativas de suicídio de Policiais no país. Hoje se morre mais Policiais no Brasil por suicídio que trocando tiros com bandidos. Pernambuco não é diferente. Vez por outra nos deparamos com notícias trágicas como essas, inclusive de Coronéis, como ocorreu há alguns anos na Secretaria de Planejamento e Gestão. Todo mundo sabe do que eu estou falando. O assunto é delicado, mas também é importante de ser abordado para buscar soluções”.

Pressão pelo resultado, baixos salários, regulamento duro e falta de oportunidade são alguns dos motivos considerados motivadores para desencadear problemas de ordem psicológica no Policial Militar. A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados oferece serviço de psicoterapia para os associados e seus dependentes.
Sobre câmeras que serão acopladas aos coletes dos Policiais do Estado, o Presidente da ACS-PE acredita que é preciso se basear em países desenvolvidos que utilizam esse tipo de artifício.

“É sempre uma proteção para o Policial que, em esmagadora maioria, trabalha de forma honesta, prestando seu serviço à sociedade. Até para o caso de alguém querer prejudicar o Policial fazendo uma denúncia de abordagem excessiva. Tudo vai estar registrado. Reconhecemos que é positivo esse projeto. Nossa preocupação é que isso não esteja sendo feito para intimidar o Policial em sua atuação. Se isso estiver sendo feito, quem vai perder é a sociedade. A gente sabe que nos Estados Unidos, por exemplo, o Policial tem apoio da sociedade, do governo, da política. Aqui a cultura, em muitos casos, é que o Policial apanhe, seja desmoralizado e aí, quando alguém filma, só filma a parte que o Policial foi mais enérgico”, ponderou.

O plano habitacional desenvolvido pelo Governo Federal foi, mais uma vez, detalhado e comemorado. O Habite Seguro foi desenvolvido de forma semelhante a um projeto do próprio Albérisson em abrangência estadual. Essa foi uma vitória das Associações Representativas dos Militares Estaduais, onde o Presidente da ACS-PE tem fortes ligações.

“Policiais vão poder comprar a casa própria com 100% de financiamento e juros diferenciados. Muitos Policiais ainda moram perto do traficante, com a família em situação de risco constante. Esse Policial agora vai poder comprar sua casa, inclusive com desconto, e viver com mais tranquilidade. Agradecemos ao Presidente Bolsonaro que nos recebeu, acatou o projeto e incluiu outras forças de segurança no plano habitacional”.

Albérisson finalizou a entrevista falando sobre previdência. Um projeto de lei do Governo do Estado foi apresentado recentemente à Assembleia Legislativa. O Presidente da ACS-PE já está em busca de mudanças nos pontos em que a categoria é prejudicada.

“O principal ponto onde percebemos que o Militar está sendo prejudicado, é o desconto acima do teto da previdência social. Trabalhadores que deveriam ser isentos de taxação vão sair perdendo, sem contar a questão da promoção imediata que deve ser substituída pela requerida, mas nem todos terão esse direito, de acordo com o novo projeto. Estamos em busca de tornar o processo mais justo para todos”, concluiu.