Gleide Ângelo cobra Governo sobre novo concurso para a segurança pública

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Delegada Gleide Ângelo
Um dia após o agente da Polícia Civil Luiz Henrique Malta dos Santos, de 34 anos, ser morto durante um confronto policial em Jaboatão dos Guararapes, a deputada Delegada Gleide Ângelo apontou a negligência com que a segurança pública vem sendo conduzida no Estado e cobrou respostas ao executivo, durante seu pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (12).
A parlamentar pontuou como o aumento de demandas, sem investimento no capital humano, reflete na qualidade do serviço oferecido à população: “Virou rotina em Pernambuco o acúmulo de funções policiais, delegados administrando inquéritos e demandas de até quatro cidades diferentes, investigações paradas por falta de efetivo, rodízio de escrivães entre as unidades e profissionais das polícias civil, científica, militar e do corpo de bombeiros sobrecarregados pelas cobranças para o alcance de metas e tendo de cumprir extensas e continuadas jornadas extras”.
Como exemplo do acúmulo de funções policiais, a Delegada lembrou que, durante os dias do carnaval, foram disponibilizadas mais de 60 mil escalas de jornadas extras, os chamados PJES, para todas as operativas da segurança pública. Ou seja, para além do serviço padrão, muitos policiais emendaram jornadas de serviço. Até mesmo o recém anunciado serviço do 197, criado exclusivamente para emergências escolares, aparece como mais uma atribuição para o efetivo já reduzido e deficitário.
A opção pela abertura exclusiva de vagas para concurso público para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar também foi alvo de questionamento da deputada: “O Estado tem de tratar em caráter de igualdade todas as polícias, porque são trabalhos que se integram e se complementam. Afinal, para além dos flagrantes, há o trabalho de investigação. Tenho a impressão de que o Governo do Estado desconhece a importância da Polícia Civil, do trabalho de investigação, do serviço de perícia e de inteligência, da necessidade de apuração e conclusão de inquéritos, já que, ao descartar a abertura de concursos para as Polícias Civil e Científica, o governo do Estado está dizendo a todos que o trabalho de investigação não é importante para a segurança pública dos pernambucanos e pernambucanas”.
De acordo com a legislação estadual, existem 10.000 vagas apenas para a Polícia Civil, entre agentes, escrivães e delegados. Entretanto, menos da metade é ocupada, uma vez que são mais de 5.300 vagas em aberto. “Não se faz segurança pública de qualidade sem planejamento. Como todas essas vagas ociosas podem ser descartadas? Estou cobrando, e não pedindo, pela abertura de concursos também para as Polícias Científica e Civil. Estou cobrando respeito pelas instituições e por todos os policiais do estado de Pernambuco. Somos um sistema de segurança, onde ninguém é mais importante do que o outro. Como delegada de polícia, eu digo a todos vocês que sem esse trabalhos integrado, não há justiça e sem justiça, só há impunidade!! Por isso, eu digo que toda a nossa sociedade está perdendo para a criminalidade”, concluiu a Delegada.

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