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Com as articulações para as eleições de 2020 começando a tomar corpo neste segundo semestre, a política deve tomar nova dinâmica em todo o estado de Pernambuco. Isto porque as principais lideranças a tomar protagonismo neste momento são o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). Cada um deles tem um prefeito de seu colete governando uma cidade importante do estado e cada um deles possui capital político suficiente para eleger muitos prefeitos.
Aproximando-se de 2020, há a chance de acontecer uma grande polarização entre Petrolina e Recife, cidades governadas por gestores bem avaliados e que exercem influência nos municípios circunvizinhos. De posse da liderança do Governo Federal no Senado, Fernando tem condições de balizar recursos para os municípios em que tenha interesse e turbinar as campanhas dos seus aliados. Por outro lado, Paulo possui a caneta do Governo Estadual e a liberação de muitos recursos também passam pela sua mão. É de senso comum que fazer oposição ao governo estadual é difícil, mas, ao contrário de 2016, quando o ex-senador Armando Monteiro (PTB) perdeu força com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Bezerra Coelho pode equilibrar o jogo e fazer gestores insatisfeitos com o tratamento dado pelo Palácio partirem para o outro lado de uma vez por todas.
Em um comparativo, Armando caminhou em 2018 com 3 de 6 prefeitos das maiores cidades de Pernambuco e este capital político ficou órfão com a derrota do petebista. Agora, prestigiado por Fernando, há condição de emplacar os três novamente na reeleição e de, ainda, ampliar o placar – caso o Palácio tenha truculência ao inserir um candidato próprio contra o prefeito Lupércio (SD), existem totais condições de ser mais um no placar da oposição. Mesmo que opte por ser candidato novamente a senador em 2022, Fernando dá um empurrão automático no candidato a governador que apoiar.
Na possibilidade real de Jarbas(MDB), seu companheiro de Senado, ser candidato a governador, haveria a união robusta de um palanque interiorano com seguidores da capital recifense. Tanto o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), quanto o de Recife, Geraldo Julio(PSB), são tidos como condutores do pleito no ano que vem em seus municípios e o desempenho deles e de seus candidatos deve dar o tom do acirramento que o estado vai viver em breve devido à polarização entre Petrolina e Recife e já há quem diga que Pernambuco agora possui duas capitais.
Quem conhece Fernando Bezerra Coelho sabe que ele é um trator e o Palácio também não entra na briga para perder. Tudo indica que as eleições de 2020 e 2022 serão muito mais emocionantes que as de 2016 e 2018.
Expulsão – O deputado federal Felipe Carreras (PSB) foi criticado duramente por seu voto favorável à Reforma da Previdência. Entretanto, uma expulsão poderia ser o empurrão necessário para que ele consiga uma nova sigla e possa disputar a tão sonhada cadeira de prefeito do Recife. Diversos dirigentes partidários já se apressaram a fim de oferecer abrigo a Carreras até agora. É preciso tomar cuidado para não criar os próprios inimigos. Uma campanha robusta pela oposição poderia ser devastadora para o Palácio, especialmente se o senador Fernando conseguisse trazer o Presidente da República.
Nova via – Com os rumores do impeachment circundando o prefeito e o vice-prefeito de Goiana, os radares políticos têm sido apontados para Carlinhos Viegas (PSB), presidente da Câmara de Goiana. Viegas pode se cacifar para uma disputa majoritária no município caso assuma a prefeitura interinamente.
Exército – Embora haja muito tempo para ser gasto até as eleições de 2020 e alguns candidatos mergulhem no processo, a oposição estadual já tem pré-candidatos a prefeito em todas as seis maiores cidades do estado. Em Olinda, Bispo Ossesio (PRB); em Paulista, Ramos (PTB); em Petrolina, Miguel Coelho (MDB); em Caruaru, Raquel Lyra (PSDB); em Jaboatão, Anderson Ferreira (PL); e em Recife, Raul Henry (MDB).
Desenvoltura – Tem impressionado a desenvoltura do PTC. Em muitas cidades, o partido já tem candidato a prefeito e chapa de vereadores montada com antecedência. A condução do presidente estadual, Fábio Bernardino; do vice-presidente estadual, Mário Filho; e do secretário de articulação, Lúcio Silva, tem sido alvo de muitos elogios em todo o estado.
Escrito por Marcelo Velez
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