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Ponto de Vista de Brasília (29/10) – Lula demite terceira mulher do alto escalão do Governo para abrigar Centrão
Por Dennys Souza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, nesta quarta-feira (25), a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, a terceira mulher a deixar um cargo de comando no governo em menos de um ano. A saída de Serrano foi negociada com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que indicou Carlos Vieira, servidor de carreira do banco, para o cargo. A demissão de Serrano é mais um exemplo da subordinação do governo Lula ao Centrão, bloco de partidos políticos que controlam o Congresso Nacional. Em julho, Lula demitiu Daniela Carneiro do Ministério do Turismo para abrigar o deputado Celso Sabino (União-PA), do mesmo partido. Em setembro, foi a vez de Ana Moser deixar o Ministério dos Esportes para dar lugar ao deputado André Fufuca (PP-MA).
A saída de Serrano foi criticada por movimentos feministas e por servidores do banco. Em nota, o Sindicato dos Bancários do ABC afirmou que a demissão é "uma perda para as mulheres e para o país". A decisão de demitir Rita Serrano foi parte de uma reforma ministerial e não levou em consideração o critério de gênero. Durante o processo de reforma ministerial, o presidente negociou o comando da Caixa Econômica Federal com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicando Carlos Vieira para o cargo, sem levar em consideração o gênero na escolha. Essa estratégia de divisão de cargos entre partidos do Centrão, como PP e Republicanos, foi uma resposta às pressões políticas dessas legendas.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (27), Lula responsabilizou os partidos políticos pela falta de representatividade feminina no governo. "Quando um partido político tem de indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada", afirmou. O presidente afirmou que ainda pode trocar mais pessoas no governo para aumentar a presença feminina no Executivo. "Eu só estou com dez meses de mandato. Eu posso ter uma maioria de mulher.", disse. Ao responsabilizar os partidos políticos pela falta de representatividade feminina no governo, ele terceiriza a responsabilidade dessa avaliação quando alega que sua capacidade de indicar mulheres depende das opções dos partidos aliados. Ele expressa seu desejo de aumentar a presença feminina em seu governo, mas ressalta as dificuldades que enfrenta para atingir essa meta, considerando as alianças partidárias. Lula enfatiza que sua disposição de indicar mais mulheres não é acompanhada pela possibilidade real de fazê-lo e que a falta de representatividade feminina o incomoda.
O presidente admite que opções para incluir mais mulheres no governo são limitadas pela disponibilidade de candidatas nos partidos aliados. Apesar de seu compromisso em indicar mais mulheres, ele destaca que a mudança nem sempre é possível, dada a escassez de candidatas.
O compromisso de Lula em não levar em consideração o gênero ao escolher candidatos para cargos de liderança se estende a sua decisão sobre a vaga no Supremo Tribunal Federal, onde os principais candidatos cotados são homens, ele afirma que não considerará o critério de gênero ao fazer sua escolha, concentrando-se em indicar alguém de sua confiança, com quem tenha afinidade pessoal e que defenda pautas progressistas. Os principais cotados para a vaga são homens.
A demissão de Serrano é um retrocesso para a representatividade feminina no governo brasileiro. É um sinal de que o Centrão, que já domina o Congresso, está agora também controlando o Executivo. O que tem incomodado os apoiadores e com razão está relacionado com a representatividade feminina no governo, que vem perdendo espaço para acomodar aliados políticos do Centrão, enquanto ele responsabiliza os partidos por não indicarem mais mulheres, o presidente até mostra vontade de aumentar a presença feminina no governo, mas enfrenta desafios nesse sentido devido às alianças partidárias e à escassez de candidatas.
E AGORA?– Quem será a próxima mulher a perder um cargo no alto escalão do governo? [...]
RADAR POLÍTICO (23/10) – Tamandaré sente falta de Hildo Hacker
ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
Prefeito de Tamandaré por dois mandatos entre os anos de 2009 a 2016, Hildo Hacker teve uma administração marcada por melhorias significativas nos indicadores de saúde e educação, além de avanços nas áreas de infraestrutura e, sobretudo, turismo, oportunidade em que Tamandaré viu a sua principal vocação econômica ganhar um protagonismo incomum. Com Hildo o município fez uma importante transição: deixou de ser apenas o destino de veranistas e passou a atrair turistas dos mais variados locais do Brasil e do mundo garantindo desta forma uma série de investimentos do setor privado. Os anos dourados de Tamandaré se estenderam também entre os anos de 2017 a 2020 quando esteve sob o comando de Sérgio Hacker, sobrinho de Hildo, porém todos esses avanços passaram a ser ameaçados.
Sob a gestão do atual prefeito Carrapicho Tamandaré segue perdendo não apenas o protagonismo no turismo, mas também percebe uma queda expressiva na qualidade dos serviços prestados à população. Lamentavelmente o município deixou de ser um canteiro de obras e transformações. Tudo isso criou um ambiente de insatisfação que despertou na população um sentimento de saudade da gestão de Hildo Hacker, político que tem dado indicativos que está mais que disposto a entrar na disputa e que se tornou uma ameaça real ao projeto de reeleição de Carrapicho.
PRESTIGIADO - Um grande número de políticos registraram presença na noite deste domingo na sede da Assembleia de Deus de Pernambuco para prestigiar o culto de Ação e Graças pelos 70 anos do Pastor Ailton José Alves e seus 25 anos à frente da maior denominação evangélica do estado. Passaram por lá a governadora Raquel Lyra; a vice-governadora Priscila Krause; o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira; os deputados federais Eduardo da Fonte, Lula da Fonte e Pastor Eurico; a deputada federal Clarissa Tércio; os deputados estaduais Adalto Santos e Júnior Tércio; e o vereador Fred Ferreira. O prefeito do Recife João Campos foi representado pelo secretário de Governo Ademar Santos.
VAI DE DANIEL - A informação que o Blog Ponto de Vista antecipou sobre o MDB ser o destino de Daniel Coelho para concorrer à Prefeitura do Recife, acaba por colocar em xeque esse posicionamento de neutralidade mantido pela sigla presidida por Raul Henry em Pernambuco. Atualmente o MDB anda com um pé no Governo de Pernambuco e outro na PCR. Em ambos os locais a sigla tem sido beneficiada com cargos.
ROTA DE COLISÃO - A cúpula do Progressistas e Republicanos voltou a discutir a possibilidade dos dois partidos formarem uma federação. Caso este plano siga adiante, em Pernambuco teríamos um grande choque de interesses entre o deputado federal Eduardo da Fonte e do Ministro Silvio Costa Filho, dois cardeais da política estadual que estão pavimentando o caminho para concorrer ao Senado em 2026 e que pertencem a dois campos políticos bem antagônicos. O primeiro faz parte da base da governadora Raquel Lyra enquanto que o segundo é aliado de João Campos.
EM ALTA- O prefeito de São Joaquim do Monte, Duguinha Lins (PSDB), entregou neste domingo (22) a pavimentação do trecho que liga as Vilas de Monte Azul e Barra do Riachão. O evento contou com as presenças dos deputados André Ferreira (Federal) e Joãozinho Tenório (Estadual). Finalizando o seu terceiro ano do mandato, Duguinha Lins se destaca pela capacidade de trabalho e entregas.
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Ponto de Vista de Brasília (22/10) – Bolsa Família: 20 anos de impactos políticos
Por Dennys Sousa, Cientista Político
No dia 20 de outubro de 2023, o Brasil celebrou duas décadas de um programa social que marcou profundamente a política do país: o Bolsa Família. Criado em 2003, durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa se tornou um dos maiores programas de transferência de renda do mundo e tem gerado debates acalorados sobre seus impactos positivos e negativos na política brasileira.
O Bolsa Família é um programa complexo que teve um impacto significativo na sociedade brasileira. O programa teve um impacto positivo na redução da pobreza e da desigualdade, mas também foi alvo de críticas. Ainda é cedo para dizer qual será o impacto do Bolsa Família nos próximos anos. No entanto, o programa já é considerado um marco na história do Brasil e é provável que continue a ser um importante instrumento de política social no país. A seguir, destacam-se alguns aspectos positivos e negativos do programa.
Aspectos Positivos:
1. Redução da Pobreza: O Bolsa Família foi essencial na redução da extrema pobreza no Brasil. O programa proporcionou renda mínima para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade, melhorando suas condições de vida.
2. Inclusão Social: Além de combater a pobreza, o Bolsa Família promoveu a inclusão social. Ao condicionar o recebimento do benefício à frequência escolar e à vacinação das crianças, o programa estimulou a educação e a saúde das camadas mais desfavorecidas da população.
3. Estabilidade Política: O programa teve um papel importante na estabilidade política do país. Ao beneficiar uma parcela significativa da população, o governo conquistou apoio popular, contribuindo para a estabilidade institucional.
4. Desenvolvimento Regional: O Bolsa Família também teve impactos positivos nas regiões mais carentes do Brasil, impulsionando o desenvolvimento local e reduzindo as desigualdades regionais.
Aspectos Negativos:
1. Dependência do Estado: Críticos argumentam que o Bolsa Família criou uma cultura de dependência do Estado, desestimulando a busca por empregos formais em algumas famílias.
2. Uso Eleitoreiro: O programa muitas vezes foi alvo de uso político, com acusações de que governantes usavam o Bolsa Família para conquistar votos em épocas de eleição.
3. Desigualdade Estrutural: Apesar dos avanços do programa, o Brasil ainda enfrenta desigualdades sociais profundas e problemas estruturais que o Bolsa Família não consegue resolver por si só.
4. Sustentabilidade Financeira: A longo prazo, o financiamento do programa tornou-se uma preocupação, dada a necessidade de equilibrar o orçamento público.
O Bolsa Família teve uma interferência significativa na política brasileira. O programa foi um dos principais fatores que contribuíram para a vitória do PT em três eleições presidenciais consecutivas. O programa também foi usado pelo governo para promover a inclusão social e a redução da desigualdade. No entanto, o Bolsa Família também foi alvo de críticas por parte de opositores do PT. Eles alegam que o programa é um instrumento de controle social e que é usado para comprar votos.
Em seus 20 anos de existência, o Bolsa Família provou ser um programa que gerou impactos significativos na sociedade brasileira. No entanto, seus pontos positivos e negativos revelam a complexidade de abordar a questão da pobreza e da desigualdade no país. É fundamental que o Brasil continue a debater e aprimorar políticas sociais para abordar esses desafios de forma mais abrangente e sustentável, a fim de construir um futuro mais equitativo e próspero para todos os brasileiros.
E AGORA? – Nesses 20 anos do Bolsa Família, podemos entender que o programa foi um instrumento político ou social?* [...]
RADAR POLÍTICO (18/10) – Governadora Raquel Lyra precisa melhorar o diálogo com deputados
ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
A derrota imposta ontem (17) por uma maioria esmagadora dos deputados que se uniram para derrubar os vetos da governadora Raquel Lyra a alguns trechos do Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que tratavam das emendas parlamentares, soa não apenas como um recado direto ao Palácio do Campos das Princesas de que esta legislatura tem na preservação da autonomia do Legislativo Estadual algo consolidado, mas também de que a falta de diálogo e articulação política converte-se em respostas duras.
É bem verdade de que seria difícil acreditar que a Casa de Joaquim Nabuco se colocaria contrária ao próprio interesse, já que as emendas parlamentares são a oportunidade que os deputados têm de contemplar os municípios direcionando recursos para saúde, infraestrutura, educação e outras áreas, talvez esse discurso sirva como narrativa para o Palácio minimizar a derrota, no entanto é importante lembrar que a relação entre os deputados estaduais e a governadora Raquel Lyra não é das melhores há muito tempo. A falta de sintonia política, acordos não cumpridos e pautas que não andam têm sido queixas frequentes dos parlamentares em relação ao Palácio do Campo das Princesas.
A frente do Governo de Pernambuco há 9 meses, Raquel Lyra ainda não teve tempo de construir uma imagem positiva consolidada junto à população, não bastassem os desafios que anda enfrentando sobretudo nas áreas de saúde e segurança pública, alimentar um tensionamento com os deputados não é o melhor caminho a ser escolhido. Nem Eduardo Campos no auge da sua popularidade agiu de tal forma, ao contrário, se chegou aonde chegou foi porque valorizou uma boa relação com a classe política ao mesmo tempo em que concentrou energias na resolução dos desafios administrativos.
BANCADA DA AGULHA - Eleito deputado estadual em 2022 com quase 70 mil votos levantando a bandeira dos profissionais da enfermagem, o enfermeiro Gilmar Júnior está engajado em estimular colegas da categoria para disputar cadeiras nas Câmara de Vereadores no próximo ano. O parlamentar anda bastante otimista com a possibilidade de que a união de esforços deve surtir um resultado positivo. Está atuando inclusive, para ter candidatos da categoria para as prefeituras.
IPUBI - O progressistas, sigla liderada em Pernambuco pelo deputado Eduardo da Fonte, anda confiante na competitividade da vereadora Leontina Delmontes como pré-candidata à prefeita. A parlamentar conta com o apoio do deputado estadual Kaio Maniçoba (PP).
SOPRANDO VELAS - Sob o comando de Bruno Rodrigues, a Ceasa, que completa 61 anos, está ofertando 70 serviços gratuitos de saúde, educação, bem estar, beleza, entre outros, tudo de graça para a população pernambucana em situação de vulnerabilidade social. Os serviços irão durar até a próxima sexta (20).
BEM NA FITA - Em Nazaré da Mata existe um sentimento de que a eleição municipal passa pelas mãos do ex-prefeito Nado Coutinho. Representante da Casa Civil na Mata Norte como gerente de articulação regional, Nado tem tudo para vencer a disputa por lá. Caso não possa concorrer, tem em Júlia Coutinho, sua filha, e na empresária Aninha da Ferbom, sua ex-esposa, opções para substituí-lo na disputa.
ALGUÉM RESPONDE? - Qual o tamanho de fato da bancada que o Governo Raquel Lyra pode contar na ALEPE?
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RADAR POLÍTICO (09/10) – Marília Arraes caminha a passos largos para mais uma derrota política
ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
Segunda colocada nas eleições majoritárias de 2020 quando disputou a a Prefeitura do Recife e em 2022 quando concorreu ao Governo do Estado, a ex-deputada federal Marília Arraes, ao contrário do que se esperava de uma liderança que demonstrou grande envergadura política nos dois últimos pleitos, não apresenta um horizonte promissor para as eleições municipais de 2024. Se o objetivo de Marília é fortalecer o Solidariedade, partido que comanda, arregimentando lideranças para conquistarem prefeituras, neste quesito a perspectiva é das menos promissoras. Até então a neta de Arraes não conseguiu fazer com que uma só liderança competitiva apresente interesse de ingressar no Solidariedade para concorrer a uma Prefeitura. Partidos como o PP, Avante, PSD, MDB, PSB, Republicanos, PT, União Brasil e PSDB seguem na preferência dessas lideranças. Para se ter ideia da situação, a sua irmã, a deputada federal Maria Arraes, não tem um só prefeito que se declare da sua base.
Marilia tem perdido o ‘time’ político nos mais diversos aspectos. Se de um lado não consegue organizar o SD no estado, por outro anda perdendo a oportunidade de ser ela a principal opção do partido para a disputa eleitoral do próximo ano. Apesar de ser lembrada como opção competitiva na disputa pelas prefeituras de Jaboatão ou Olinda, Marília não tem agido no sentido de construir nenhum dos projetos, enquanto isto outras lideranças acabam avançando e ganhando terreno que facilmente poderia ser ocupado por ela. Até no Recife, município onde que Marília possui forte identificação, o Solidariedade sequer se movimenta para montar uma chapa proporcional de vereadores.
Do jeito que tem se portado, Marília Arraes acaba por ofuscar uma trajetória de ascensão política para dar lugar a um momento de demasiada inabilidade política. Ainda existe tempo para uma reação!
AMPLIANDO O TIME - O Progressistas, sigla liderada em Pernambuco pelo deputado federal Eduardo da Fonte, já passou a contabilizar mais um integrante na base do grupo na ALEPE. Apesar de estar filiado ao União Brasil, o deputado estadual Romero Sales Filho anda bastante entrosado com o PP, levando inclusive lideranças da sua base para a sigla. Outro parlamentar que está incluído neste grupo é Dannilo Godoy (PSB). Com isto a bancada do PP reúne a 10 parlamentares.
LIGEIRO - O deputado estadual Kaio Maniçoba (PP) tem garantido com maestria o fortalecimento da sua base. Em um curto espaço de tempo ele já fechou aliança com os prefeitos de Brejo da Madre de Deus, Mirandiba e Arcoverde. Vale destacar que Maniçoba também anda avançando em conversas com outros prefeitos e também já conquistou o apoio lideranças de oposição em várias cidades do Sertão e Agreste.
ENVERGADURA - O vereador licenciado e atual superintendente adjunto da Codevasf Samuel Andrade tem pela frente um horizonte bastante promissor na disputa pela Prefeitura de Condado, na Mata Norte. Com um currículo que reúne uma longa experiência de gestão pública, além de um poder de articulação para poucos, Samuel tem muito a oferecer ao município.
BLEFE - A declaração do deputado João Paulo Lima e Silva (PT) na ALEPE em que admite a possibilidade do seu partido apoiar inclusive um candidato(a) lançado pela governadora Raquel Lyra à prefeitura do Recife não ganha credibilidade junto àqueles que conhecem bem a política na capita pernambucana. A mensagem de fato que o ex-prefeito passou é que não tem coragem entrar no páreo diante do favoritismo de João Campos na disputa. Existe ainda quem acredite que o PT tá tentando chantagear o atual prefeito de olho na vice.
ALGUÉM RESPONDE? - Quem é o prefeito da base de Aglailson Victor que anda pensando em ser candidato a deputado estadual?
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Ponto de Vista de Brasília – Tensão entre Congresso e STF: o equilíbrio democrático ameaçado?
Por Dennys Sousa, Cientista Político
No dia 5 de outubro de 1988, a Constituição Federal do Brasil foi promulgada, estabelecendo os princípios e regras que regem o país até hoje. Ao longo de seus 35 anos de existência, a Carta Magna tem sido um importante instrumento de defesa da democracia e da separação dos Poderes. O cenário político nacional está marcado por debates acalorados sobre a relação entre os Poderes Legislativo e Judiciário, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF).
No entanto, a recente tensão entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) ameaça o equilíbrio democrático que a Constituição estabelece. O embate entre o Congresso Nacional e o STF tem se intensificado nos últimos meses, com parlamentares argumentando que o Judiciário está interferindo excessivamente nas atribuições do Legislativo. Diante desse contexto, várias propostas visando limitar os poderes do STF estão em discussão. Em um contexto de polarização política, parlamentares de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm criticado a atuação do STF em uma série de temas, como o aborto, a descriminalização das drogas e o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O STF, por sua vez, tem defendido a independência do Judiciário e a importância da separação dos Poderes.
Argumentos do Congresso para limitar poderes do STF
1. Os parlamentares que defendem a limitação dos poderes do STF argumentam que a Corte está extrapolando suas atribuições constitucionais. A principal crítica é direcionada às decisões monocráticas, proferidas por um único ministro do STF. Esses parlamentares alegam que as decisões monocráticas podem interferir na autonomia do Legislativo e do Executivo.
2. Outro argumento é que a falta de um mandato fixo para os ministros do STF pode levar à perpetuação de uma mesma visão política na Corte.
*Propostas em discussão:
1. Mandato no STF e Decisões Monocráticas:
- A PEC 16/2019, apresentada pelo senador Plínio Valério (PSDB – AM), propõe estabelecer um mandato de oito anos para os ministros do STF.
- A PEC 51/2023, protocolada recentemente, sugere limitar os mandatos dos ministros a 15 anos e promover modificações no processo de escolha desses membros.
- O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD – MG) , defende a limitação de mandatos, argumentando que essa prática é adotada em outros países e contribuiria para a renovação da composição do STF.
2. Limitação de Decisões Monocráticas:
- Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a PEC 8/2021, apresentada pelo senador Oriovisto Guimarães (PODE – PR), visa limitar as decisões monocráticas que suspendem a eficácia de leis ou atos dos presidentes da República ou do Congresso Nacional.
- A discussão sobre essa proposta enfatiza a importância da colegialidade no STF.
3. Derrubar Decisões do STF:
- A PEC 50/2023, proposta pelo deputado federal Domingos Sávio (PL – MG), busca permitir que o Congresso possa derrubar, por maioria qualificada, decisões do STF que "extrapolem os limites constitucionais".
- No entanto, essa proposta enfrenta dificuldades em termos de alcance constitucional
A tensão entre o Congresso e o STF também repercutiu na política nacional, reorganizando a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Grupos políticos, como ruralistas e evangélicos, que antes apoiavam Jair Bolsonaro (PL), agora se unificaram na agenda contra o tribunal.
Nesse contexto, é importante destacar que o debate em torno dessas propostas não significa um desrespeito à independência entre os Poderes, mas sim a busca por equilíbrio e aprimoramento do sistema político e judicial do Brasil. A Constituição Federal de 1988 continua sendo o pilar da democracia brasileira, e o diálogo entre os Poderes é fundamental para garantir sua eficácia e a proteção dos direitos dos cidadãos. A tensão entre os dois Poderes é um sinal de alerta para a democracia brasileira. O equilíbrio entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário é fundamental para o funcionamento de um Estado Democrático de Direito.
Possíveis consequências da tensão entre Congresso e STF
A tensão entre os dois Poderes pode ter consequências graves para a democracia brasileira. Em um cenário extremo, a crise pode levar a um confronto institucional, com consequências imprevisíveis. Mesmo que a crise não chegue a esse ponto, ela pode prejudicar a imagem democrática e dificultar a aprovação de reformas importantes para o país.
Em conclusão, essa tensão mostra um cenário político no Brasil marcado pela crescente divergência entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A discussão sobre a limitação dos poderes do STF, especialmente no que diz respeito aos mandatos dos ministros e às decisões monocráticas, tornou-se um ponto central no debate político do país.
As propostas em andamento visam estabelecer mandatos de oito anos para ministros do STF e a proposta que busca limitar as decisões monocráticas, refletem a busca por um equilíbrio entre os poderes e a preocupação com a independência e a autonomia do Legislativo. Argumentos pró e contra essas propostas foram apresentados por diversos atores políticos, incluindo o presidente do Senado, que defende a limitação de mandatos como uma prática comum em outros países
No entanto, é importante ressaltar que o debate em torno dessas questões não deve ser visto como uma ameaça à democracia brasileira ou à independência dos Poderes. Pelo contrário, a Constituição Federal de 1988 continua sendo o alicerce da democracia no país, e o diálogo entre os Poderes é fundamental para aperfeiçoar o sistema político e judicial, garantindo que ele atenda às necessidades e aos valores em constante evolução da sociedade brasileira. Portanto, à medida que o Brasil comemora 35 anos de sua Constituição Federal, o país enfrenta desafios importantes relacionados à separação de poderes e à busca por um sistema que atenda aos interesses do povo. O debate político em curso é um reflexo da dinâmica democrática, e a sociedade deve continuar a acompanhar atentamente esses desenvolvimentos em busca de soluções que fortaleçam a democracia e a estabilidade institucional.
E AGORA? – A tensão entre Congresso e STF é um sinal de crise democrática no Brasil ?
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Ponto de Vista de Brasília (01/10) – Enfermagem: STF decide sobre piso salarial
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RADAR POLÍTICO (28/09) – Túlio Gadelha, o candidato de Raquel no Recife
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RADAR POLÍTICO (25/09) – PSDB de Raquel Lyra caminha para ser coadjuvante na disputa eleitoral na Região Metropolitana
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Ponto de Vista de Brasília (24/09) – Dados do IBGE no FPM: prefeitos reclamam de corte e questionam confiabilidade
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